terça-feira, 30 de agosto de 2011

CUIDADOS COM CRIANÇAS


FACULDADE METROPOLITANA DE FORTALEZA
CURSO DE ENFERMAGEM

DISCIPLINA DE INFORMÁTICA
Professor Rodrigo
Aluna:valderina Barroso












CUIDADOS COM CRIANÇAS




















FORTALEZA
2010

INTRODUÇÃO


É corriqueiro perceber os cuidados com crianças, tendo em vista a fragilidade que possuem, contudo, as pessoas que se voltam para esse cuidado, geralmente, se concentram no tratamento de doenças comuns da infância e esquecem a importância da prevenção não só da saúde física, mas também, da saúde mental e social da criança, visando garantir o desenvolvimento saudável da mesma.
As primeiras tentativas de construir o conceito de saúde partiram de Boorse (1975, p.101) com a noção de saúde como ausência de doença. Já para a OMS saúde é um estado de completo bem estar físico, mental e social e não apenas a ausência de doença.
Canguilhem (1990, p. 35) coloca a saúde como uma questão filosófica, pois sem ela, se confundia a saúde individual, privada e subjetiva, ou seja, o conceito do autor considera que a saúde se realiza na história de vida do sujeito, sendo a idéia de uma saúde filosófica, é possível tomá-la como objeto científico.
A idéia de Boorse (1975), “saúde como ausência de doença” não dispõe de embasamentos para os processos e fenômenos referidos à vida, saúde, doença, sofrimento e morte em nenhum dos níveis de realidade, tratando-se de um grande problema de lógica, a ser resolvido pela superação da antinomia entre saúde e doença.
Essa questão de proteção da saúde se dá através de um conceito estrutural de risco como possibilidade enquanto o conceito epidemiológico de risco de probabilidade.
Nesse contexto, da saúde como bem estar físico são necessários cuidados de prevenção e cuidados voltados para o melhor desenvolvimento da criança, principalmente, nos cinco primeiros anos de vida, período no qual precisam de uma atenção especial, já que estão estruturando a base de seu desenvolvimento, sendo estes que influenciarão durante toda sua vida.
Diante do exposto, este estudo tem como objetivo pesquisar e promover o cuidado com crianças nos primeiros cinco anos de vida, dando ênfase a um desenvolvimento saudável. E como objetivos específicos: traçar o desenvolvimento motor e comportamental da criança; verificar a importância dos cuidados com a criança; e demonstrar que as pessoas que cuidam das crianças também necessitam de cuidados.
Para tanto, este estudo se utilizou de pesquisa em livros, revistas, artigos e sites relacionados ao assunto, trazendo em tópicos distintos o desenvolvimento motor e comportamental da criança, a importância dos cuidados com a criança e os cuidados com cuidadores de crianças.






























SUMÁRIO


1 DESENVOLVIMENTO MOTOR E COMPOTAMENTAL DA CRIANÇA 3
2 A IMPORTÂNCIA DOS CUIDADOS COM A CRIANÇA 5
3 CUIDADOS PARA PESSOAS QUE CUIDAM DAS CRIANÇAS........................ 8
CONSIDERAÇÕES FINAIS...................... 10
REFERENCIAS........................................... 11































1 DESENVOLVIMENTO MOTOR E COMPORTAMENTAL DA CRIANÇA


As etapas do desenvolvimento emocional de uma criança representam momentos de passagem que levam à incorporação de experiências vividas e determinam a entrada e a saída de etapas, que se caracterizam por acontecimentos específicos que trazem na bagagem genética da célula, valores biofisiológicos, emocionais-afetivos e intelectivos, que serão transportados para todas as outras células durante todo o processo de desenvolvimento. (REICH, 1995 apud VOLPI; VOLPI, 2007).
Para Gesell (2002), comportamento é um termo adequado para todas as reações da criança, à medida que o sistema nervoso da criança sofre diferenciações ligadas ao crescimento, as formas de seu comportamento também se diferenciam. Desta forma, pode-se dizer que comportamento é o termo empregado para indicar a forma que as crianças se apresentam, é a reação do indivíduo ao ambiente.
Piaget (1984) ao observar o comportamento de crianças desenvolveu teorias indicando estágios do desenvolvimento psicológico infantil durante o qual, a cada fase, a criança apresenta um comportamento característico. Está dividido em 4 períodos: sensório-motor, pré-operacional, de operações concretas e de operações formais.
O período sensório-motor (do nascimento aos 2 anos de idade) consiste na atividade cognitiva, durante este estágio e baseia-se, principalmente, na experiência imediata através dos sentidos em que há interação com o meio, esta é uma atividade prática. Nesse período a criança limita-se à experiência imediata, pois a organização mental da criança está em estado bruto, assim o que a criança aprende e o modo como o faz, permanecerá como uma experiência imediata tão vivida como qualquer primeira experiência. A procura visual é de suma importância para o desenvolvimento da criança e para Piaget faz parte do comportamento sensório-motor, o autor ressalta que à medida que evoluem o sentido da visão estão também evoluindo intelectualmente, passando a compreender que mesmo quando um objeto some de vista, o mesmo continua a existir.
De acordo com Piaget (1984) após os 2 anos de idade inicia-se o que chama e período pré-operatório ou pensamento intuitivo. Este estágio consiste em um processo de assimilação, acomodação e adaptação. Piaget elucida que a criança durante essa fase já utiliza a inteligência e o pensamento, sendo capaz de representar suas experiências através diferentes significantes, como os jogos, os desenhos, a linguagem, a imagem e o pensamento, o animismo, o realismo, o finalismo e o artificialismo. Esse período se estende até os 7 anos de idade.
O período de operações concretas que se caracteriza dos 7 aos 12 anos de idade, é a partir deste estágio as crianças começam a ver o mundo com mais realismo, deixam de confundir o real com a fantasia. A criança adquire a capacidade de realizar operações, no entanto, precisa de realidade concreta para realizar as mesmas, ou seja, tem que ter a noção da realidade concreta para que seja possível efetuar as operações.
No período de operações formais (com início aos 11 anos de idade) a criança realiza raciocínios abstratos, não recorrendo ao contato com a realidade. A criança deixa o domínio do concreto para passar às representações abstratas. É nesta fase que a criança desenvolve a sua própria identidade, podendo haver, neste período problemas existências e dúvidas entre o certo e o errado.
Segundo Volpi e Volpi (2007, p. 2), o desenvolvimento da criança é dividido em cinco etapas:
• A primeira etapa (etapa de sustentação): inicia-se na fecundação e termina no momento do nascimento, pois é um período de íntimo contato corporal, emocional e energético entre a mãe e o bebê.
• A segunda etapa (etapa de incorporação): inicia-se após o nascimento e termina com o desmame, que deverá ocorrer por volta do nono mês de vida, quando o bebê já tem dentes suficientes para triturar seu próprio alimento. Nessa etapa, o bebê abandona o útero para se ligar ao seio da mãe, assimilando tudo o que vier do mundo externo. O bebê já pode demonstrar fome através do choro ou agitação.
• A terceira etapa (etapa da produção) tem seu início com o desmame e se estende até o final do terceiro ano de vida. Nessa etapa, a energia da criança está inteiramente voltada à construção de pensamentos, gestos, brincadeiras, jogos, relacionamentos, etc. Ocorre o desenvolvimento da autoconsciência, o que lhe permite desenvolver a capacidade de antecipar os acontecimentos.
• A quarta etapa (etapa da identificação) se inicia a partir dos 4 anos, e se estende até o final do quinto ano de vida, a energia volta-se para a descoberta dos genitais e a criança passa a distinguir a diferença entre menino e menina e a ter uma idéia segura quanto ao sexo que pertence. Aos poucos vai saindo do campo familiar e voltando-se cada vez mais para o campo social.
• A quinta etapa tem início ao final dos cinco anos de idade e se estende até a puberdade. Aqui ocorre a identificação da criança com o pai do mesmo sexo e a masturbação fica mais evidente. Aos poucos a criança vai encontrando a sua própria identidade..

Em relação à auto-estima da criança, Bastos (2005, p. 90) salienta que a criança desenvolverá durante sua vida com base nas relações que estabelece com os outros. São inúmeros fatores que contribuem para este desenvolvimento, sendo o meio social o principal destes fatores “os primeiros meios sociais que a criança tem acesso são as instituições família e a escola e nestes contextos que começará a ter e trocar as suas primeiras experiências positivas ou negativas”.
É essencial que se tenha conhecimento sobre as alterações e adaptações que o organismo da criança e do adolescente sofre durante o período de crescimento, bem como, de que forma estas alterações influenciam na capacidade física e na resposta ao exercício.
Desenvolvimento motor pode ser definido como a capacidade do homem em realizar funções cada vez mais complexas, sendo o resultado do intercâmbio entre os fatores biológicos e culturais, desta forma, a aquisição de novas habilidades está diretamente relacionada não apenas à faixa etária da criança, mas também às interações vividas com os outros seres humanos do seu grupo social. Whitall (1995) elucida que o movimentar da criança é fundamental para sua interação com o meio em que está inserido, e salienta que é na infância que a maioria do desenvolvimento motor se concentra.
Vale ressaltar que o desenvolvimento motor é um processo contínuo e longo, sendo os primeiros anos de vida, decisivos para o individuo, pois é durante esse período que será determinado que tipo de adulto se tornará. (HOTTINGER, 1980).
Assim, o desenvolvimento motor se inicia nos primeiros anos de vida e vão se aperfeiçoando gradativamente. Harrow (1983, p. 91) desenvolveu uma classificação para o desenvolvimento motor que apresenta os seguintes níveis: movimentos reflexos, habilidades básicas, habilidades perceptivas, capacidades físicas, habilidades específicas, comunicação não-verbal.
Os movimentos reflexos consistem em respostas automáticas e involuntárias que permitem, em primeiro lugar, a sobrevivência do recém-nascido e, em segundo lugar, a interação do bebe com o ambiente, o que caracterizará, no futuro, atos voluntários. As habilidades básicas são as atividades voluntárias que permitem a locomoção e manipulação em diferentes situações, caracterizadas por um objetivo geral, servindo de base para aquisição futura de tarefas mais complexas, como andar, correr, saltar, arremessar, chutar etc. As perceptivas são aquelas que envolvem a percepção, através das quais os estímulos visual, auditivo, tátil recebidos são interpretados pelos centros cerebrais superiores que emitem uma decisão como resposta, possibilitando o ajuste ao ambiente. As Capacidades físicas são as características funcionais essenciais na execução de uma habilidade motora. Quando desenvolvidas proporcionam ao executante uma melhoria do nível de habilidade. Dentre essas capacidades estão: a força, a flexibilidade, a resistência e a agilidade. As habilidades específicas consistem em atividades motoras voluntárias mais complexas e com objetivos específicos, como a cortada no voleibol, o chute no futebol, o arremesso à cesta e a bandeja no basquetebol. A Comunicação não-verbal são as atividades motoras mais complexas, organizadas de maneira que a qualidade dos movimentos apresentados permita a expressão, como na dança, ginástica rítmica desportiva e até mesmo ginástica olímpica.
Na fase escolar a criança é extremamente ativa e possui habilidades motoras que lhe permitem explorar de modo eficiente o meio em que vive. Porém, atualmente, com a facilidade trazida pelo avanço tecnológico, cada vez mais as crianças vão sendo induzidas às condições de sedentarismo por preferir em permanecer durante longos períodos nos quartos sentados ou deitados jogando vídeo games, assistindo TV, ou navegando na internet. Sendo hoje, estes mais apreciados do que as atividades lúdicas como futebol, correr, andar de bicicleta, enfim, atividades que auxiliam no seu desenvolvimento neuropsicomotor normal e ajudam a perder calorias.
A infância se caracteriza como um excelente período para estimular hábitos e comportamentos de um estilo de vida mais saudável, os quais quando são adquiridos nessa faixa etária, demonstrando uma maior probabilidade de serem transferidos para a idade adulta.




2 A IMPOTÂNCIA DOS CUIDADOS COM A CRIANÇA



Durante a infância o indivíduo possui necessidades essenciais como brincar, dormir, repousar, segurança emocional, afeto, atenção, enfim, necessidades que lhe trazem a oportunidade de desenvolver habilidades adequadas para seu desenvolvimento saudável e a manutenção de sua saúde, e ainda, a participação de uma rede estável e acolhedora.
As experiências que a criança vivencia durante a infância refletirão na sua formação pessoal e social, se a criança sente-se confiante, aceita, atendida, cuidada e amada, ela estará pronta para a formação de sua identidade e conquista de sua autonomia.
Os cuidados com as crianças devem iniciar desde a gravidez através do chamado pré-natal, onde a mãe é acompanha por um médico recebendo todas as orientações necessárias para que o bebê nasça saudável.
Ao nascer, ainda na maternidade, de acordo com Ziegel e Mecca (1985), o recém nascido deve receber uma observação cuidadosa por parte dos enfermeiros, proporcionando ao mesmo o banho, a alimentação, a profilaxia das infecções, enfim, o preenchimento de todas as necessidades do bebê, e ainda, deve proporcionar uma facilidade no relacionamento entre mãe e filho, passando todas as orientações necessárias para o cuidado com a criança.
Para Orlandi e Sabra (2005) é importante que os enfermeiros tenham consciência que estão prestando cuidados a um ser com grandes possibilidades de portar infecções, devendo ser manuseado com sobriedade.
Enquanto recém nascido é necessário que seja feito também o cuidado diário na área umbilical, limpando a área em torno do umbigo com uma técnica asséptica, utilizando álcool a 70% até que o mesmo caia, salienta-se que esse cuidado deve ser estendido à mãe ou cuidador quand a criança sai do hospital. (ORLANDI; SABRÁ, 2005).
Em relação à imunização de doenças, a mãe ou cuidador deve ser orientados pelos profissionais de saúde no que s refere ao Calendário Básico de Vacinação, que possui as vacinas gratuitas e imprescindíveis às crianças, e em casos necessários que informe da existência de outras vacinas que necessitam de pagamento. É essencial que o profissional de saúde observe se as vacinas da criança estão em dias e em caso negativo, informe à mãe ou
cuidador para que seja regularizado. (MINISTÈRIO DA SAÚDE, 2005).
Não se pode deixar de mencionar o conhecido Teste do Pezinho, que de acordo com o Ministério da Saúde (2005) deve ser feito até o quinto dia de vida do recém nascido, com o objetivo de detectar doenças como hipotiroidismo, fenilcetonúria, anemia falciforme e fibrose cística, estas que podem ser tratadas quando detectadas no início, minimizando as repercussões sobre a saúde da criança. Os profissionais de saúde devem orientar aos pais ou cuidadores sobre a importância deste teste.
Orlandi e Sabrá destacam ainda a icterícia esta que se desenvolve em cerca de 50% dos recém nascidos, merecendo atenção dos profissionais de saúde.
Outro fator de suma importância é o aleitamento materno, este que é fundamental para a saúde das crianças em geral. Segundo Nascimento e Isller (2003, p. 63):

A amamentação natural é um aliado na redução dos índices de mortalidade infantil, diminui a probabilidade de processos alérgicos e gastrintestinais nos primeiros meses de vida do bebê, proporciona melhores indicadores de desenvolvimento cognitivo e psicomotor, favorece o adequado desenvolvimento de estruturas da face, entre outros benefícios.

Desta forma o aleitamento materno é recomendado por pesquisadores da área de saúde, que afirmam ser de grande importância o aleitamento exclusivo até os seis meses de vida.
O leite materno possui todos os nutrientes necessários para o crescimento da criança até os seis meses de vida, não sendo necessário nem mesmo a utilização de água.
As vantagens do aleitamento são inúmeras tanto para a mãe, como para a criança. Ele possui anticorpos que protegem o bebê de possíveis infecções. Estudos comprovam que crianças amamentadas exclusivamente até os seis meses têm melhor desenvolvimento e inclusive ficam prevenidas de doenças na infância. Ele estimula a inteligência da criança e favorece o desenvolvimento do sistema nervoso, além de ser rico em ferro, o que evita uma possível anemia.
Apesar dos vários estudos e aconselhamentos acerca da importância do aleitamento materno, é comum o desmame precoce ou a inserção de outros alimentos antes dos seis meses, como água, chás, sucos e outros. Silva assevera que “as concepções e valores assimilados no processo de socialização interferem na prática da amamentação, cada sociedade cria percepções e construções culturais sobre o aleitamento materno, traduzindo-se em saberes próprios”. (1990, p. 43)
Além disso, o aleitamento materno é a forma mais antiga de contato íntimo entre o recém nascido e a mãe, oferecendo proteção e desenvolvimento no crescimento da criança.
A prática da não amamentação expõe o recém-nascido a maior risco de morte e doenças, decorrentes da perda de fatores de proteção encontrados no leite materno.
Nesse contexto, a amamentação exclusiva até os seis meses previne a desnutrição infantil, sendo o leite materno reconhecido como alimento adequado não só por sua disponibilidade em energia, macro e micronutrientes, mas também pela proteção que confere contra as doenças. Além de que, a ausência do leite materno até os seis primeiros meses de vida contribui para o declínio de hemoglobina, causando a anemia.
A promoção da amamentação exclusiva deve ser vista como um ato prioritário para a melhoria da saúde e da propriedade de vida das crianças e de suas famílias. As táticas de promoção da amamentação devem variar de acordo com a população, sua cultura, seus hábitos, suas crenças, sua posição sócio-econômica, entre outras características, pois a contribuição do aleitamento materno para a sobrevivência das crianças depende da idade das mesmas, do tempo de amamentação e do tipo de população. As crianças de baixo nível sócio-econômico se beneficiam mais com o aleitamento materno, especialmente se for exclusivo, isto é, sem complementação com outros alimentos, incluindo água ou chás.
Além das vantagens da alimentação natural, as mães devem ser informadas quanto às desvantagens da introdução precoce de leites artificiais, além das dificuldades que podem surgir e estar preparadas para preveni-las ou superá-las. Os dez passos para uma amamentação saudável podem ser vistos no quadro a seguir:

Ter uma norma escrita sobre aleitamento que deveria ser rotineiramente transmitida a toda a equipe de cuidados de saúde.
Treinar toda a equipe de cuidados de saúde, capacitando-a para implementar esta norma.
Informar todas as gestantes sobre as vantagens e o manejo do aleitamento.
Ajudar as mães a iniciar o aleitamento na primeira meia hora após o nascimento.
Mostrar às mães como amamentar e como manter a lactação, mesmo se vierem a ser separadas de seus filhos.
Não dar a recém-nascidos nenhum outro alimento ou bebida além do leite materno, a não ser que tal procedimento seja indicado pelo médico.
Praticar o alojamento conjunto-permitir que mães e bebês permaneçam juntos -24 horas por dia.
Encorajar o aleitamento sobre livre demanda.
Não dar bicos artificiais ou chupetas a crianças amamentadas ao seio.
Encorajar o estabelecimento de grupo de apoio ao aleitamento, para onde as mães deverão ser encaminhadas, por ocasião da alta do hospital ou ambulatório.
Quadro 1 - Os dez passos para o sucesso do aleitamento materno
Fonte: OMS/UNICEF, 1989

Voltando-se para o crescimento da criança, de acordo com o Ministério da Saúde (2005) para que a criança tenha um bom desenvolvimento são necessárias boas condições de saúde ocular, auditiva e mental. Por esse motivo, recomenda-se que seja feito um acompanhamento por profissionais de saúde, no que concerne ao peso, à altura, à alimentação, ou caso sejam identificadas alterações, para que assim, em casos de detecção de problemas, se possam tomar as melhores providências para a melhoria da criança.
Vale destacar que o contato da criança com o serviço de saúde não depende do fato ou queixa que o motivou, deve ser visto como uma forma para que seja feita uma análise integrada e preventiva de sua saúde. O acompanhamento sistemático do crescimento da criança constitui o eixo central do atendimento. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2005).
Essa avaliação periódica feita pelos profissionais de saúde possibilita que seja avaliado o crescimento individual, podendo-se perceber casos de desnutrição ou obesidade, e assim, providenciar os devidos cuidados, estes que são específicos de cada caso.
O Ministério da Saúde (2005) destaca que o acompanhamento relativo ao desenvolvimento físico se faz importante, mas também o acompanhamento do desenvolvimento maturativo, social e psicoafetivo são imprescindíveis. Durante esse acompanhamento é possível, ainda, que o profissional de saúde observe a maneira como o cuidador das crianças e seus familiares se relacionam com as mesmas.
Outro fator de destaque é a importância do brincar para o desenvolvimento da criança, Diferentemente do que a maioria das pessoas pensa, as brincadeiras representam grande importância na vida de uma criança, é através do ato de brincar que a criança se torna criativa, que adquire facilidade para se relacionar, e se constitui como um todo.
Pode-se definir brincadeira, como:

Uma atividade ou ocupação voluntária, exercida dentro de certos e determinados limites de tempo e de espaço, segundo regras livremente consentidas, mas absolutamente obrigatórias, dotadas de um fim em si mesmo, acompanhado de um sentimento de tensão e de alegria e de uma consciência de ser diferente da “vida quotidiana”. (HUIZINGA, 1996, p. 33 apud BROTTO, 2001, p. 11)

Dessa forma fica claro que a brincadeira desenvolve os limites da criança, por esta obedecer voluntariamente e sem pressões, as regras propostas por determinada brincadeira ou jogo.
De acordo com Kishimoto (2001), toda a vida da criança é permeada pelo brincar e pelo fantasiar, o autor elucida que é no momento da brincadeira que a criança experimenta novas habilidades, exercita sua imaginação, sociabilidade e criatividade. Assim, pode-se dizer que o ato de brincar se entrelaça com o desenvolvimento psíquico, emocional, cognitivo e social.
O brincar é a reflexão da constituição de um sujeito humano que irá estabelecer sua relação com os objetos através do Outro primordial: a mãe. Para a psicanálise, a mãe ou pessoa cuidadora representa um elemento de grande importância para a entrada do bebê no mundo do Outro, pois se sabe que é partir dos desejos maternos depositados sobre o bebê, através do olhar, das brincadeiras que se dará a estruturação psíquica da criança.
Vale ressaltar que à medida que o bebê cresce, suas habilidades aumentam e consequentemente sua forma de brincar, assim enquanto estão brincando estão aprendendo e desenvolvendo cada vez mais habilidades.
A autora afirma também que o ato de brincar não é apenas um mero ato intrínseco das crianças e sim um ato de todas as pessoas, pois todas têm a capacidade de brincar, sendo vital na vida de qualquer pessoa
O ato de brincar, desta forma, também representa uma absorção cognitiva, emocional, moral e social e ainda uma forma de estimular seu raciocínio lógico, pois ela sofre influência mútua entre o mundo da fantasia e da realidade, sendo assim, de grande influência para o desenvolvimento da criança..



3 CUIDADOS PARA PESSOAS QUE CUIDAM DAS CRIANÇAS


A criança recebe influência de vários meios principalmente, dos pais, com quem possuem o primeiro contato, e vão continuar mantendo esse contato por um tempo indeterminado, E posteriormente com a escola e seus integrantes professores, gestores, e outras crianças.
A educação pré-escolar consiste na primeira etapa da educação básica, e vem complementar a ação educativa da família favorecendo a formação e o desenvolvimento equilibrado da criança, tendo como objetivo a inserção da criança na sociedade como um ser livre e autônomo.
Não se pode negar a grande importância da família pela sua forte influencia no processo de aperfeiçoamento da criança dentro da sociedade, pois é com ela que ocorre os primeiros contatos da criança. Os genitores têm uma sobrecarga adicional em vários aspectos de sua dinâmica individual e familiar, especialmente no que tange aos aspectos psicológicos, sociais, financeiros, e às atividades de cuidado da criança (SHAPIRO; BLACHER; LOPEZ, 1998).
A educação da criança é de fundamental importância principalmente por ser um fator fundamental na formação da sua personalidade, sendo a família, essencial no processo de educação, sua presença ajuda e esclarecer, modificar e estudar, o processo de adaptação social e cultural.
De acordo com Andery (2003), a relevância dos pais no desenvolvimento de uma criança, não se limita apenas ao vínculo que se estabelece entre eles, mas também, na maneira como interagem uns com os outros, pois é a partir dessa interação e, das experiências que proporcionarão aos filhos que os pais colaboram na formação das crianças como indivíduos.
A educação infantil deve proporcionar experiências que alimentem e facilitem o desenvolvimento e formação da criança, levando em consideração o sistema intelectual que a criança utiliza num determinado momento, no entanto não temos como tratar a criança analisando somente sua natureza, desvinculada das relações sociais existentes.
Segundo Maluf (2000), o educador deve preparar seu projeto tendo em vistas atividades que levem em conta atividades significativas às crianças, que devem ser embasadas na espontaneidade das brincadeiras, ou seja, o educador necessita apresentar uma circunstância que condicione a realização das brincadeiras e intervir no desenvolvimento do faz-de-conta.
A família é importante no processo de esclarecimento de dúvidas das crianças. Os meios de comunicação, que bombardeiam com programas de baixa qualidade são hoje um grande impasse na educação das crianças. Portanto, o importante é que os pais tenham claro o tipo de orientação que desejam para seus filhos, e que lhes ofereçam outras opções de entretenimento, para que a criança aproveite sua fase infantil da melhor forma possível.
Weber (2007) propôs quatro padrões de interação entre ais e filhos: o estilo autoritário, o estilo permissivo, o estilo negligente, e o estilo participativo. O estilo autoritário se caracteriza por pais altamente exigentes, impõem regras e limites rígidos e inflexíveis, com o objetivo de conseguirem obediência e controle. A autora ressalta que esse padrão promove o desenvolvimento de crianças obedientes, mas muito submissas, com baixa auto-estima e, altos índices de depressão, ansiedade e estresse.
O estilo permissivo é aquele onde os pais têm um baixo nível de exigência, oferecem coisas materiais em excesso, consideram as vontades e sentimentos da criança e esquecem os próprios. De acordo com a autora este tipo de pais são aqueles que não conseguem dizer não, e estabelecem poucos limites e regras, tornando a criança dependente de coisas materiais, com baixa tolerância à frustrações e, não se acham capazes de realizar as coisas por si mesmas.
Os negligentes são aqueles que permitem tudo a seus filhos, mas não possuem papel de educadores, estabelecem poucos limites e oferece pouco afeto e com seus filhos desenvolvem baixo desempenho, e uma maior probabilidade de depressão, pessimismo, baixa auto-estima e estresse. Também podem desenvolver comportamentos anti-sociais e apresentar, além de desenvolvimento atrasado, grande sentimento de culpa em relação a isso. (WEBER, 2007).
Por fim, o estilo mais adequado que é o participativo, que se caracteriza por pais com alto nível de exigência, porém, estão sempre acessíveis para conversas e trocas. Este estilo de pais impõe bastantes limites, contudo, compensam com muito afeto. Seus filhos aprendem a respeitar o direito dos outros, sabem as consequências de seus comportamentos e, sentem-se amados e valorizados. São crianças com auto-estima poucas possibilidades de estresse e depressão, e apresentam boas habilidades sociais. (WEBER, 2007).
Nesse contexto, a família é importante agente na construção do comportamento da criança, pois é onde se inicia a cultura do azul e do rosa determinando atitudes e papéis sociais que diferenciam meninos e meninas, homens e mulheres.
Convém ressaltar que a tarefa de cuidar adequadamente de um ser em formação é extremamente difícil, pois exige dos educadores capacidade de lidar com os conflitos gerados pelos impulsos dos jovens em direção ao prazer imediato.
Sabendo-se que a escola também é, sem dúvidas, essencial para a formação do indivíduo, no seu aprendizado e em seu caráter. Assim, é essencial a integração entre família e escola, sendo a família um componente fundamental para o melhor desempenho das instituições, e para o desenvolvimento da criança.
Levando-se em conta toda essa responsabilidade dispensada aos pais ou familiares que lidam diretamente com a educação da criança, bem como, os professores, não é difícil imaginar a sobrecarga emocional dos mesmos.
Não se pode esquecer a hiperatividade comum na maioria das crianças, caracteriza por atos impulsivos, por teimosia, enfim, características comuns da infância, que dificultam a educação das mesmas.
Tendo isso em vista, pode-se compreender o estresse de muitos pais e educadores, além da sobrecarga de responsabilidade sob a educação, o desenvolvimento motor e comportamental da criança, ainda se ver frente à dificuldades impostas pela própria criança.
Apesar de ser um fato compreensivo deve-se considerar que as crianças precisam de um ambiente calmo, harmonioso, em que receba atenção e afeto, para que seu desenvolvimento seja saudável, portanto, pais e educadores estressados podem levar prejuízos para desenvolvimento da criança, pois passará a brigar, a gritar, muitas vezes até a correção com palmadas, representando prejuízos graves.
Nesse contexto, os pais ou cuidadores de crianças, assim como, professores, também merecem cuidados especiais, especialmente, apoio e incentivo. Deve-se observar que se uma pessoa não possui tempo para si mesma, não possui conhecimento de cuidados com crianças, ou uma motivação e controle para executar essa difícil tarefa, tampouco, ela conseguirá disponibilizar tempo para sua criança, o motivando, estimulando, dando atenção e afeto.
Desta forma, o apoio de familiares, amigos, educadores, e em casos mais necessários, o acompanhamento de um psicólogo podem fazer uma grande diferença tanto para a vida do cuidador quanto para a da criança em si.
Diante do exposto, ode-e entender a importância dos cuidados não só com as crianças, mas também para os pais, cuidadores ou educadores que lidam diretamente com a educação e o desenvolvimento da criança.



CONSIDERAÇÕES FINAIS



Todos os dias pode-se ver pais e cuidadores cuidando das crianças, tentando educá-las, inserir uma boa alimentação em sua rotina, enfim, tentando passar uma educação que possa assegurar o seu futuro. O mesmo fazem os professores e profissionais de saúde, que estão sempre aptos a passar seu conhecimento e ajudar no desenvolvimento das crianças.
Mesmo desempenhando todas estas tarefas, muitos desconhecem que esse fato é essencial para toda a vida da criança, tendo em vista que a educação e os cuidados que recebe refletirão por toda sua vida.
Pode-se dizer diante deste estudo que o crescimento e o desenvolvimento de uma criança dependem da disponibilidade e da qualidade de quatro fatores: dos serviços de cuidados de saúde; de um ambiente familiar saudável; dos cuidados emocionais; de uma nutrição saudável.
No caso de dificuldade de acesso a recursos como uma alimentação saudável, os cuidados em casa são essenciais para garantir a sobrevivência, o crescimento e o desenvolvimento da criança.
O acompanhamento de profissionais de saúde no crescimento da criança é primordial, pois é através deste acompanhamento que será possível detectar possíveis problemas no crescimento ou desenvolvimento, ou ainda, alguma patologia que venha se apresentando.
Porém, vale destacar, que é fundamental que os pais ou cuidadores sigam as orientações passadas pelos profissionais de saúde, seja na administração de medicamentos, ou mesmo nos cuidados de higiene, pois em caso de não serem seguidas as orientações o trabalho do profissional será em vão, nesse contexto, os cuidados no domicílio devem ser sempre lembrados e considerados.
Sem esquecer que as pessoas que cuidam de uma criança em casa devem priorizar um ambiente tranqüilo e harmônico que proporcione o bem estar da criança, e ainda, deve educá-la e ensiná-la os princípios básicos, como alimentação e higiene.
Com toda essa sobrecarga é essencial que os pais ou cuidadores também possuam cuidados, sendo motivados, elogiados, apoiados e quando necessário recebendo aconselhamentos, e em casos mais amplos, a ajuda de um psicólogo é de grande importância.
Por fim, salienta-se que cuidar de uma criança focando em desenvolvimento saudável é bem mais complexo do que as pessoas imagina, trata-se de uma gama e atividades a serem executadas, como preparar alimentos nutritivos e saudáveis, garantir a educação escolarização, garantir boa saúde, amor, afeição, atenção, lembrando-se sempre que elas são as futuras gerações.







REFERÊNCIAS


ANDERY, M. A. Aprender: uma questão de seguir regras ou de apostar na experiência? In: “Comportamento Humano II: tudo (ou quase tudo) que você gostaria de saber para viver melhor”. Brandão, M.Z. da S.; Conte, F.C.de S.; Mezzaroba, S.M.B. (Orgs). Santo André: ESETec, 2003.
BASTOS B. S. M. P. A auto-estima da criança que sofre violência física pela família. Dissertação de Mestrado, Programa de Pós Graduação em Psicologia, Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2005.
BOORSE C. On the distinction between Disease and Illness. Philosophy and Public Affairs, 1975.
CANGUILHEM G. La Santé: Concept Vulgaire et Question Philosophique. Toulouse: Sables, 1990.
GESELL, Arnold. Diagnóstico do desenvolvimento: avaliação e tratamento do desenvolvimento neuropsicológico no lactente e na criança pequena, o normal e o patológico. Editores: Hilda Knobloch e Benjamin Passamanick. 3. Ed. São Paulo: Editora Atheneu, 2002.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Manual para a utilização da caderneta de saúde da criança. Agência Nacional de Saúde Suplementar, 2005.
PIAGET, Jean. Para Onde Vai a Educação? Rio de Janeiro: José Olympio, 1984.
VOLPI, José Henrique; VOLPI, Sandra Mara. Vivenciando as etapas do desenvolvimento emocional e mapeando as emoções no corpo humano. Curitiba: Centro Reichiano, 2007. Disponível em: www.centroreichiano.com.br/artigos.htm. Acesso em: 01/10/2010.
WEBER, L. Eduque com carinho. 2 ed. Curitiba: Juruá, 2007.
ZIEGEL, Erna E.; MECCA, S. Cranley. Enfermagem Obstétrica. Rio de Janeiro: Guanabara Koongan, 1985.

ORLANDI, Orlando V.; SABRÁ, Aderbal. O Recém-Nascido a Termo. In: FILHO, Jorge Rezende. Obstetrícia. 10ºed., Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005.

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